Em Abril, aqui os vossos duendes preferidos estiveram de visita à Bespoked – The UK Handmade Bike Show.
A Bespoked é umas das poucas feiras à imagem daquilo em que acreditamos e onde participam alguns dos principais fabricantes independentes: normalmente empresas muito pequenas, geridas por apaixonados e onde existe uma enorme componente de trabalho artesanal.
Quem conhece este mundo das bicicletas, sabe que é dominado por meia dúzia de gigantes e que a grande maioria da produção está a Oriente, com Taiwan a produzir quase tudo o que as maiores marcas vendem. A Bespoked é por isso uma feira da contra-corrente que, este ano, pela primeira vez em Londres (as anteriores foram organizadas em Bristol), contou com 120 expositores e algumas das melhores oficinas dedicadas à “produção com calma” de bicicletas.
Por “produção com calma” entenda-se produção à medida, muitas vezes de exemplares únicos: na feira pode encontrar-se uma grande quantidade de bicicletas “emprestadas por clientes” e nota-se bem a quase ausência de material de stock (e ainda menos de série).
Na feira, toda a gente parecia estar a conversar. Os expositores levaram pouco material, e não era raro encontrar grupos animados à volta de cada uma das bicicletas.
Para além dos construtores de bicicletas, estiveram presentes outros expositores, menos pequenos, mas não menos interessantes e que de certa forma respiram o espírito parcialmente geek, parcialmente revivalista, parcialmente techie, como a Brooks, a Carradice, Moulton, entre outras. Outra presença mais discreta, mas que faz realmente a diferença, é a de pequenos fabricantes de peças, como o Mark Bentley e as suas pequenas jóias em forma de dropout.
Grande destaque teve também a presença dos dois pesos pesados dos tubos para bicicletas: a Reynolds e a Columbus. Tem piada a forma como o revivalismo do aço é acompanhado da evolução das ligas, com novos materiais, ainda de nicho, a acabarem por, aos poucos, começar a competir diretamente no campeonato da performance.
Uma das discussões que se pode ler pela Net fora no rescaldo da feira está relacionada com um dos quadros mostrados, que pesa perto de 1,6 quilos e que, nas palavras do pessoal da Merényi permite montagens abaixo dos sete quilos sem se recorrer a rodas ou outros componentes com preços de outro planeta.
Este tipo de discussões normalmente passa ao lado do pessoal da patilha grisalha e do boné de pala curtinha, mas não deixa de ser curioso ver algo que não é nem carbono, nem titânio, a entrar na corrida para ser tópico de conversa de hora de almoço num qualquer restaurante frequentado por ciclistas de fim-de-semana endinheirados, na demanda desesperada para perder peso na bicicleta enquanto o ganham no abdómen.
As conversas mais geeks andaram assim entre os quadros de aço a pesar um quilo e seiscentas e coisas exóticas como quadros de carbono com acabamento cromado.
Bem no centro da pista do Velódromo Olímpico de Lee Valley, estava aquele que parecia o stand mais concorrido, costas com costas com a já histórica Rourke: a The Bicycle Academy, uma das presenças mais jovens da feira e aquele tipo de empresas que nos entusiasma muito.
A The Bicycle Academy oferece cursos de frame building e fá-lo com uma apresentação impecável – preços e prazos bem definidos e uma explicação muito clara daquilo que se pode aprender em cada um dos módulos. Uma abordagem fresquinha aos futuros colegas deste mercado (nunca soldar coisas teve tanto sex appeal como nos dias que correm).
Curiosidade do dia: a Bicycle Academy foi fundada através do crowd-funding e foi considerada uma das melhores startups do Reino Unido.
Para nós, humildes duendes, foi inspirador ver a simpatia e profissionalismo com os quais nomes consagrados recebiam os visitantes (o Chris King em pessoa andava por lá a promover as suas Cielo). Sorriso nos lábios, explicações detalhadas e o coração aberto para quem chegava.
O pessoal da organização entretanto publicou o seguinte vídeo, em que quem lá esteve explica direitinho porque esta feira é o “the best bike show in Britain, easily”.
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