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FEELFLOWS SURFBOARDS + VELO CULTURE (PARTE 2)

Este texto é a segunda parte de um postal que podes ler aqui 

Uma colaboração como esta com a Feelflows Surfboards não se esgota numa prancha e numa bicicleta. Estas são apenas o resultado visível de uma outra dinâmica e de um respeito mútuo que há entre os profissionais que trabalham as duas marcas.

No dia em que fomos levantar a bicicleta e a prancha, aproveitámos para trocar mais dois dedos de conversa na oficina do Pedro Vieira. Para quem não leu o postal anterior, o Pedro é o fundador e a cara por trás da Feelflows Surfboards.

 

A presença da Feelflows neste espaço é ainda bastante recente. Depois de alguns anos a trabalhar em casa no Centro do Porto, o Pedro mudou a oficina para este armazém em Gaia, muito perto da Ponte Luís I, mas um pouco fora do circuito e um local improvável para um negócio destes.

A verdade é que ele procurava um local espaçoso, calmo e que não custasse os olhos da cara. Um sítio sem distrações para se dedicar de corpo e alma ao muito trabalho que sempre tem em mãos e lhe chega de todo o lado.

“Gosto muito de fazer aquilo que vocês na Velo Culture também fazem, de fotografar os clientes e mostrar a diversidade de pessoas que escolhe uma bicicleta bonita para andar na cidade. Infelizmente, nem sempre posso fazer o mesmo. Vendo para todo o lado e muitas vezes nem conheço pessoalmente os clientes. Alguns chegam a comprar mais do que uma prancha.”

Quando entramos no armazém, as salas sucedem-se. São três. Uma que não percebemos muito bem o que é ou o que irá ser, porque está tudo ainda em processo. É lá que estão estacionadas coisas diversas, como o material de trabalho ou a bicicleta com que muitas vezes se desloca no Porto. A seguinte, mais arrumada, é onde é feita a fibragem e a última, uma espécie de santuário, é a shaping room.

 

Se nós na Velo Culture gostamos de dizer que vendemos e construímos bicicletas contemporâneas que acontece serem feitas para durar com materiais de sempre, daí o aspecto menos moderno, o Pedro e a Feelflows assumem sem preconceitos a inspiração nas décadas de 60 e 70 e uma forma mais alternativa, mas cem por cento contemporânea, de estar no surf.

Pedro Vieira: A small animation on the pleasures of hull surfing.

O Pedro estreou-se na shapping room em 2010, no seguimento de um blogue que editou com uns amigos, dedicado a uma certa cultura do surf,revivalista, com grande influência na Austrália e Califórnia.

A primeira prancha foi feita a partir de uma velha longboard que tinha encostada, que foi reduzida até aos 5 pés de uma Soap Bar que tinham visto debaixo dos pés do Tyler Warren. O processo foi todo filmado e o resultado tornou-se viral.

 

“O mais interessante, é que essa primeira prancha, funcionou muito bem. A partir do momento em que comecei a dedicar-me a isto, foi o processo normal nestas coisas. Primeiro comecei a fazer pranchas para mim, depois chegaram encomendas dos amigos, depois encomendas de pessoas que não conhecia. Sempre shapes clássicos, como a “Candybar” inspirada num da década de 50.”

Na frente do armazém, o espaço mais relaxado do quartel general da Feelflows, não conseguimos parar de olhar para a bicicleta do Pedro e uma boa parte da nossa conversa andou à volta dela.

“Montei esta single-speed na Brick Lane Bikes. Foi escolhida por mim, peça a peça. Na altura era mais novo, a cidade é diferente e onde morava era tudo plano e fácil. Adoro a bicicleta, foi montada num quando NOS que eles tinham ainda embalado. Muito clássico, italiano e completamente novo. Paguei uma pequena fortuna por ele.

Hoje acho que preciso de uma coisa diferente, mais a direito, com mudanças, mais apropriado para o Porto. Ainda vamos conversar sobre isso.”

A bicicleta Feelflows + Velo Culture está à venda (para mais informações contacte-nos

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