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UMA RAPOSA INDOLENTE

 

O Velho Lau aproveitou uma das cada vez mais frequentes visitas ao Sr. Andrade – quanto menos cabelo tens, mais curto o cortas, já dizia o Bruce – para fotografar a sua velha Raposa, companheira fiel nos últimos seis anos. O trajecto até ao MMM é curto, basicamente uma rua, mas com muitos recantos interessantes e fotogénicos.

A bicicleta, originalmente uma holandesa Olov, foi sofrendo alterações ao longo dos anos, porque a utilização diária e muitos dias ao relento perto do mar, com chuva ou com sol, foram causando estragos. São inevitáveis e são o bom sinal de uma bicicleta muito usada.

Esta alteração que agora mostramos foi a mais radical de todas e foi pouco o que sobrou da bicicleta original. A ideia da transformação foi aumentar o conforto e a segurança. O plano inicial era trocar os V-Brake por travões de cubo, mais fiáveis e previsíveis e instalar iluminação fixa por dínamo, evitando-se os esquecimentos carregamentos diários das amovíveis USB.

Claro que as coisas nunca são assim simples e o desmontar das rodas acabou por revelar uma rachadela num aro, obrigando à substituição dos originais por outros ainda mais resistentes. A forqueta original não conseguia acomodar o cubo e todos os cabos, tendo que ser substituida.

Uma coisa leva a outra e, no final, ficou uma bicicleta nova, com direito a chapa de testa personalizada e pintada à mão pelo Edu.

1: O que sobra da Olov

  • Quadro (a forqueta foi trocada agora para acomodar o travão de cubo)
  • Cadeado de roda Axa
  • Guiador. É leve, robusto e confortável, não se pode pedir mais.
  • Eixo pedaleiro. Tem funcionado bem e os pedaleiros que foram sendo montados têm sido sempre compatíveis.

2: O que já tinha sido mudado ao longo dos anos

  • Selim Brooks B17, a coisa mais confortável em que o rabo do velho alguma vez pousou
  • Espigão de selim de alumínio. O original era cromado e feio
  • Guarda-lamas Polisport Georgia, bom e barato também existe e é feito em Portugal. Todos os dias o guarda-lamas traseiro dobra quando a bicicleta é posta na vertical para entrar no elevador. Ainda não partiu e já lá vão umas centenas de dobradelas. Também são discretos, o que é um extra.
  • Punhos Brooks Plump aged. O “aged” agora já é mesmo “aged”. Seis anos de utilização diária e estão cada vez mais confortáveis e bonitos.
  • Avanço. Este é, de facto, o terceiro. O primeiro era demasiado alto e holandês, o segundo demasiado baixo e italiano. Este é perfeito.
  • Porta-cargas frontal Pelago, porque esta bicicleta anda sempre carregada.

3: O que chegou de novo.

  • Forqueta
  • Cubo traseiro com três mudanças e contra-pedal. O original era single-speed, depois veio um Sturmey sem travão e agora este, que sobrou de um projecto, veio permitir eliminar os feios e pouco fiáveis V-brakes.
  • Cubo frontal Sturmey Archer com travão e dínamo. Optámos por um de 70mm em vez de 90 por questões estéticas e peso. Tivemos receio de nos vir a arrepender, mas, a verdade é que, mesmo em dias de chuva e com a bicicleta carregada, D. Pedro V desce-se rápido e em segurança.
  • Iluminação Busch & Muller, com farolim traseiro Toplight Line com stand-light e luz de stop; farol frontal Lumotec. Basicamente, ilumina tanto como uma mota e não temos que nos lembrar de carregar as luzes.
  • Pedaleiro Sturmey Archer. Já é o terceiro pedaleiro e confessamos que só o mudamos por uma questão estética.
  • Aros heavy duty para 36 raios e pneus Schwalbe Road Cruiser 28×1.75 – A bicicleta anda muitas vezes com demasiado peso, com dois adultos e bagagem. Os pneus muito largos e um cubo com dínamo implicam um “arrastar” maior evidente, mas nada que não se deixe de notar ao fim de dois ou três dias. O conforto da combinação do quadro de aço hi-ten, com o B17 e estes pneus é SOBERBO.
  • Manetes de travão Sturmey Archer, as mais bonitas.
  • Caixa de direcção de alumínio, para se aguentar melhor à maresia.
  • Campaínha Crane E-ne brushed. Pequena, muito bonita e estridente.
  • Porta-cargas traseiro Pelago. O original foi serrado, porque tinha preso um Kryptonite que ficou sem chave.

A senhora chama-se Raposa Indolente, mas a verdade é que, apesar dos seus mais de vinte quilos, mexe-se muito bem. Quando embalada, poucas a apanham. E trabalha. Muito.

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Nota: esta bicicleta não está à venda.

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