Esta semana começámos um novo projecto tendo em vista apoiar as empresas no processo de sensibilização do seu pessoal para esta coisa de andar de bicicleta para todo o lado.
O CEIIA, a primeira empresa com quem estamos a trabalhar, é um importante centro de inovação e engenharia dedicado às questões da mobilidade e dos transportes. Recentemente veio instalar-se em Matosinhos num edifício novinho em folha mesmo ao lado do Parque da Cidade. São basicamente umas 200 pessoas que se mudaram para aqui ao lado.
Apesar do projecto ser novo, a ideia vinha a ser marinada já há algum tempo e ontem fizemos a primeira sessão nas novas instalações do CEIIA, que estão basicamente ao lado da nova Broadway de Matosinhos Sul, um novo percurso que permite a um cidadão atravessar todo este bairro da cidade na diagonal sem ter que partilhar a via com carros. Nem de propósito.
Para o projecto, convidamos o Ricardo Cruz, que se juntou ao Velho Lau para falar sobre várias coisas, incluindo exemplos de outros lugares, a experiência no Porto, os diversos projectos de activismo em que temos estado envolvidos e as motivações para pedalar.
Claro que no fundo, tudo se resumiu a uma conversa sobre o que é viver a cidade sem ter que a ver na maioria das vezes dentro do carro no percurso entre garagens. A tónica esteve assim nas transformações que as cidades podem e devem sofrer para se tornarem mais humanas, mais amigas do peão e dos utilizadores dos transportes “suaves”, do pequeno comércio local e proporcionadoras de vivências sociais e comunitárias muito mais ricas.
A sala estava mais composta do que estávamos à espera, com muito pessoal a ficar no edifício depois do expediente para ouvir aqui os vossos amigos. Muitas das pessoas que estavam na assistência utilizam a bicicleta como meio de transporte. Uma minoria dentro da empresa, mas a representar uma percentagem bem maior do que a da generalidade das nossas organizações.
Trocando experiências entre parceiros de estrada, um tema de conversa foi o de como sobreviver aos primeiros quinze dias a pedalar para o trabalho e como todos nós fomos aos poucos e poucos deixando de usar roupa específica para bicicletas (desportiva), uma muda de roupa na mochila depois (menos quando chove) e toalhetes para refrescar ainda depois, para começarmos a utilizar a bicicleta com naturalidade, tal como se fossemos caminhar.
As questões de segurança também surgiram, especialmente entre os não utilizadores, tendo-se trocado muitas ideias e dicas para nos defendermos no trânsito. Depois de uma semana com alertas vermelhos, a chuva tinha que vir à baila, só para se concluir que nunca ninguém morreu afogado a andar de bicicleta, antes pelo contrário.
A pergunta da tarde chegou de uma das pessoas que fez força para isto acontecer e foi tão simples como isto:
”O que pode fazer uma empresa como a nossa fazer para incentivar as pessoas a utilizar a bicicleta?”
Repararam com certeza que falamos apenas das perguntas. Foi de propósito, porque a ideia é que tu envies um email para miguel@velocultureporto.com e peças para fazermos uma sessão destas na tua empresa, onde vamos tratar das respostas.
O projecto continua para além desta conversa, com um protocolo que dá aos colaboradores da empresa acesso com condições comerciais muito especiais aos produtos e serviços da Velo Culture.
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Aproveitamos o postal para deixar uma palavra de agradecimento ao Luís Afonso e ao Miguel Pinto, pessoal excelente, com quem é um prazer trabalhar.
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