Podemos dizer que a Teresa é uma pessoa importante aqui no bairro. Sendo uma das almas que dá a cara pelo mais bem sucedido ponto de encontro da nossa comunidade, tem um lugar especial no nosso coração.
Tê-la visto mais que uma vez a lutar com uma bicicleta, digamos que, fora de norma, fez com que lhe atirássemos com o desafio da semana Brompton para cima dos ombros. Muitas conversas em que encontrámos afinidades fizeram-nos ter a certeza de que iríamos ter histórias interessantes para partilhar contigo, querido leitor da Gazeta do Ciclista.
Indo aos princípios. A Teresa é de Vila do Conde e estudou comunicação social. Contudo, para além da escrita, também encontrou uma vocação na comida. Não é que tenha começado da maneira mais espectacular, com uns tempos passados num pão quente em Vila do Conde para ganhar alguma coisa, tendo depois passado por experiências precárias até ter chegado ao Época, onde assentou arraiais.
Comecei a ter consciência de que nós somos mesmo o que comemos e que temos que ter respeito pelos alimentos, cuidado com os ingredientes e procurar fazer comida a sério.
“Sou de uma família que vive muito a comida – não há nenhum de nós que não goste de comer e se calhar também é por isso que gosto de cozinhar. Não sou muito técnica, gosto da comida simples e verdadeira. Comecei a ter consciência de que nós somos mesmo o que comemos e que temos que ter respeito pelos alimentos e cuidado com os ingredientes e procurar fazer comida a sério. A propósito desta consciência em qualquer coisa que consumamos, podes ler este artigo deprimente que diminui as parcas esperanças que tinha para este mundinho.
Há uns tempos lancei um blogue para juntar duas coisas de que gosto, escrever e falar de comida. Foi assim que nasceu o The Broken Pie. Quer dizer, é mais uma página no Medium e não tenho escrito muito nela nos últimos tempos (que é como quem diz, nunca mais lá meti os pés). No The Broken Pie criei uma série,chamada “The Sourdough Series”, dedicada às pessoas que fazem pão. Adoro que, cada vez mais, haja pão fixe a ser feito em Portugal, adoro o ISCO e a Gleba (os dois em Lesboa!), a Norre em Braga e a Masseira mesmo aqui ao lado.
Tanto na comida, como na escrita sobre comida, tenho muitas referências, sejam pessoas como o Miguel Esteves Cardoso, o Nigel Slater, a Ruby Tandoh ou a Samin Nosrat, ou publicações como o Food52, que é uma bíblia, a Healthyish ou a revista Lunch Lady. Há também locais que são grandes referências, como o Lille Bakery de Copenhaga, o Fumbally de Dublin ou o Studio Olafur Elliasson.
Num dos dias em que lá estive e em que pedalei horas, apeteceu-me chorar no final, porque foi perfeito. Senti-me mesmo integrada na cidade e fez mesmo sentido deslocar-me assim.
Por falar em Copenhaga, lá é que é perfeito para bicicletar! Num dos dias em que lá estive e em que pedalei horas, apeteceu-me chorar no final, porque foi perfeito. Senti-me mesmo integrada na cidade e fez mesmo sentido deslocar-me assim. Parece-me que o Porto ainda está muito longe disso, as pessoas são muito brutas e há sempre um guna que te manda um berro aos ouvidos numa ultrapassagem e que quase te faz cair da bicicleta abaixo.
Acho que a bicicleta consegue uma coisa muito boa, que é a velocidade ideal de deslocação. Curiosamente, a pedalar vejo coisas a que normalmente não presto atenção quando caminho.
Aqui no Porto, ainda não percebi muito bem qual a melhor forma para pedalar, os dias que estive com a bicicleta não foram suficientes. Estando habituada a caminhar, as opções são naturalmente diferentes. Não tenho noção dos sentidos de trânsito e acabo por tomar opções típicas de peão. Tenho também que encontrar as alternativas mais planas e os pisos com menos paralelo.
Gosto muito de andar a pé, detesto andar de autocarro e não gosto de conduzir. Acho que a bicicleta consegue uma coisa muito boa, que é a velocidade ideal de deslocação. Curiosamente, a pedalar vejo coisas a que normalmente não presto atenção quando caminho, talvez por estar preocupada em causar algum tipo de acidente.
A Brompton é muito prática, cabe em qualquer lado e posso levá-la para dentro de casa, que é onde tenho espaço para a guardar. Gostei muito da bicicleta, apesar das rodas pequenas terem dificultado um bocado os percursos com mais empedrado. Não me cheguei foi a habituar a abrir e a fechá-la!”
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