O Luís Guedes de Carvalho inaugura uma nova secção aqui no blogue, onde iremos publicar alguns dos postais e respostas que nos chegam à caixa de correio, especialmente nos dias que se seguem ao envio de cada edição da Gazeta do Ciclista.
“Tenho visto de forma algo cética a evolução da indústria automóvel para a “mobilidade elétrica”, com um grande incentivo do Estado, que de uma forma geral já se estendeu a quase todas as marcas do mercado. No entanto, julgo que pouco se tem estudado o real impacto desta indústria nos recursos naturais, e que mais tarde ou mais cedo se virá a verificar que esta fase é, na realidade, mais uma oportunidade de negócio para a indústria automóvel, do que propriamente para a efetiva sustentabilidade da mobilidade, que se anuncia.
Pelo contrário, a mobilidade em bicicleta (sobretudo a clássica, não apoiada por motor elétrico), associada a um ordenamento do território e das cidades mais esclarecido, pode ter impactos bem mais significativos na sustentabilidade e até na saúde pública. Por essa razão, entendo que esta indústria, mas sobretudo os cidadãos que usam a bicicleta nas suas deslocações diárias de trabalho e dia a dia, devem, se forem apoiados (através de incentivos/ subsídios) ter um impacto bem mais significativo neste campo. Isso poderá trazer uma mudança radical no uso diário de bicicletas, com um número muito maior de pessoas a aderirem a este modo de locomoção.
Com a evolução tecnológica que temos verificado, parece-me ser relativamente simples avançar com um sistema de quantificação de quilómetros percorridos diariamente por cada ciclista, que se traduziriam num incentivo fiscal. O que se poderá fazer neste sentido? Já alguma vez debateram ou tiveram informações sobre este assunto, ou algum semelhante?
Esta medida, mesmo que cheia de boas intenções, não serve nenhum grande “lobby” e por essa razão poderá não passar deste email, em forma de desabafo.
Com os meus melhores cumprimentos, desejo os maiores sucessos e votos de um Bom Natal.
Luís Guedes de Carvalho””
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