Por vezes aparecem cá na loja *”restauros” feitos noutros lados, e para alguém trocar de “casa” é porque as coisas não correram muito bem.
Este exemplar corresponde à designação “Bonito durante o primeiro mês”. Porquê? Bom, sem falar do resto que não está visível na imagem, adianto que se deram ao trabalho de enrair as rodas, mas foram.sovinas e meteram raios zincados. Vão enferrujar rápido. Em vez de cromar os aros, limparam com malha de aço fina, o que deu um bom resultado, pelo menos até ao cliente chegar a casa. Passados uns tempos ficam assim como podem ver.
Recuperar uma bicicleta, ou até restaurar, não sai barato. Quando se quer fazer barato, sai mal. Das duas uma: ou se deixa a patine e se poe a bicicleta simplesmente a funcionar de forma segura e fiável, ou então faz-se uma recuperação a sério.
* apesar de palavra muito utilizada, a verdade é que raramente se fazem restauros já que na sua essência representam a recuperação da bicicleta ao estado em que saiu de fábrica, seja na opção dos componentes, seja no seu estado.
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Esta coluna da Gazeta é escrita na primeira pessoa pelo Homem sem um Nome com Três Letras, um dos duendes nas bancadas das oficinas da Velo Culture. Os textos foram publicados previamente aqui. As fotografias são geralmente tiradas com um telefone numa oficina sem grande luz natural, por isso a qualidade é a que é.
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O Homem sem um Nome com 3 Letras é co-fundador da Velo Culture e um dos duendes faz-tudo ao serviço na tua loja de bicicletas preferida. Pode também ser lido no blogue De Bicicleta no Porto.