Este postal sobre este trabalho com a Feelflows Surfboards está dividido em duas partes, uma com os pormenores da colaboração, outro com a conversa que tivemos numa visita que fizemos à oficina do Pedro, os miolos e as mãos por trás das pranchas..
Os assíduos na Megastore do MMM já viram com certeza estas duas meninas estacionadas na loja. Aos mais curiosos, tratamos logo de explicar que são o resultado de uma colaboração com o Pedro Vieira da Feelflows Surfboards, alguém que admiramos e cujo trabalho é o mais parecido que há com o nosso, mas com pranchas em vez de bicicletas.
O projecto teve como ponto de partida um quadro de estrada, que foi despido de tudo o que estava a mais. A bicicleta quer-se simples, para poder estar amarrada sem grandes preocupações enquanto o dono está na água e para a tornar ainda mais resistente à corrosão normal perto do mar (também pela ausência de peças para enferrujar – o leitor fará o favor de escolher um emoji para ilustrar esta frase). Duas mudanças internas kick-shift e um único travão de contra-pedal permitem evitar cabos, manetes e manípulos e manter as mãos bem firmes no guiador para quando se pedala a equilibrar a prancha em terrenos menos simpáticos.
Os pormenores estéticos foram pensados em parceria, com o esquema cromático e os grafismos a cargo da Feelflows e a escolha do resto das peças a cargo dos duendes da Velo Culture.
O selim é um confortável Brooks C17 Cambium em tom de ferrugem, feito em algodão orgânico e borracha natural. As fitas de guiador em algodão a condizer são da Newbaum’s com topos personalizados pela OSOB. O excesso de fita de guiador foi aproveitado para cobrir o suporte da prancha.
De resto, foram privilegiadas peças em alumínio, mantendo a bicicleta resistente e dentro do orçamento, incluindo o avanço BLB, guiador Velo Orange, o pedaleiro single-speed, os pedais MKS e o porta-cargas clássico.
Sobre a prancha, o Pedro contou-nos o seguinte:
“A “Candybar” é a nossa versão da Mini-Simmons. A Mini-Simmons é um shape que tem vindo a ganhar popularidade recentemente mas que nasceu na década de 50, na Califórnia, supostamente pelas mãos do shaper e surfista Bob Simmons. É das pranchas mais pequenas que fazemos mas ainda assim tem uma remada muito confortável que permite apanhar ondas com muita facilidade. A generosa largura e distribuição de volume fazem dela uma prancha acessível a surfistas de todos níveis apesar do seu cumprimento. A vantagem de ser tão compacta é a diversão que oferece ao manobrar, assemelhando-se a um pequeno skate.
A principal característica desta prancha é a capacidade de desenvolver velocidade mesmo em ondas fracas. No entanto, e apesar da sua tímida fisionomia, esta é uma prancha bem capaz de surfar mar grande e cavado.”
A segunda parte deste postal pode ser lida aqui.